Em Niterói, Lula manda recado para a elite :"não adianta tentar me amedrontar"
Escrito por: CUT RJ • Publicado em: 25/08/2016 - 19:08 • Última modificação: 25/08/2016 - 19:12 Escrito por: CUT RJ Publicado em: 25/08/2016 - 19:08 Última modificação: 25/08/2016 - 19:12
Rafael Caliari
Durante manifestação em defesa do emprego, em frente ao Estaleiro Mauá, em Niterói, na manhã desta quinta-feira (25), o ex-presidente Lula foi enfático em relação à caçada que sofre por parte do Judiciário, Ministério Público e da mídia :
- Quando deixei a presidência, pensei que fosse me aposentar. Mas a Globo fala de mim todo dia. Não adianta tentar me amedrontar. Já tenho 70 anos, mas enquanto viver vou brigar e defender os interesses de vocês. Se me faltar a voz, falarei pela voz de vocês. Se me faltarem as pernas, andarei pelas pernas de vocês. Se me faltarem as mãos, usarei as mãos de vocês- assegurou Lula.
Se referindo ao início do julgamento da presidenta Dilma pelo Senado, Lula denunciou o início da "semana da vergonha nacional, cassando o voto que vocês deram à ela." Lula falou de sua profunda decepção com apoio ao golpe do senador Crivella, do prefeito Eduardo Paes e do filho do governador Sérgio Cabral.
O ex-presidente lamentou a perda de 400 mil empregos no setor de serviços. Na área metalúrgica ligada ao setor de petróleo e gás, foram 335 mil postos de trabalho a menos, entre 2015 e 2016. "Quando sai candidato a presidente pela primeira vez, vi o estaleiro Verolme fechado, em Angra dos Reis, e os trabalhadores vendendo cerveja na praia para sobreviver. Prometi ali que quando fosse eleito presidente revitalizaria a indústria naval. E conseguimos. Com os navios sendo construídos aqui, passamos a batizá-los com nomes de personalidades brasileiras, como João Cândido, Sérgio Buarque de Holanda e Zumbi dos Palmares."
Lula criticou "os que não sabem governar e só pensam em fatiar e vender as empresas estatais." Para ele, esses políticos não se conformam em ver o país ser respeitado no mundo todo e não aceitam que o país seja protagonista, pois não conseguem superar o complexo de vira-latas.
O ato organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e CUT reuniu milhares de pessoas, entre petroleiros, metalúrgicos, além de militantes e dirigentes dos movimentos sociais.
Marcaram presença ainda deputados federais petistas, como Wadhi Damous, Benedita da Silva, Luis Sérgio, Chico D'Angelo, Carlos Zaratini, e o prefeito de Maricá e presidente do PT-RJ, Washington Quaquá. João Pedro Stédile , líder do MST, e Zé Maria Rangel, coordenador da FUP, também discursaram.
O presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que os trabalhadores seguirão firmes na resistência ao golpe : "Eles não perdem por esperar. Nós estamos organizando uma greve geral em defesa dos direitos da classe trabalhadora ameaçados pelo governo golpista
Em nome da CUT-RJ, falaram o presidente Marcelo Rodrigues e a secretária-geral, Keila Machado. Ambos sublinharam a importância dos trabalhadores permanecerem na rua, para resistir ao golpe e impedir o retrocesso.